terça-feira, 5 de junho de 2012

Garota perdida-Parte 1




Elas estavam na auto estrada tinha pelo menos umas três horas; três horas sem parar, três horas corridas.
Camila já demonstrava um certo cansaço. Dirigir por três horas não era agradável. Ela e mais oito garotas estavam indo a Minas Gerais gravar um vídeo. Camila e mais quatro garotas formavam uma banda: as “G Dolls”. Uma banda de rock feminino que estava na estrada da fama tinha pouco tempo. Ficariam em MG durante umas tr~es a quatro semanas, seria tempo suficiente para conhecer o estado e gravar o vídeo da sua nova música. Porém agora elas estavam entediadas e cansadas.
Camila, a motorista, estava de óculos escuro, pois o sol de fim de tarde já incomodava, seu cabelo vermelho e curto balançava com o vento que batia em seu rosto. Ao lado dela estava Cristiane com seu cabelo loiro preso em uma trança; a cabeça de Cristiane estava encostada no ombro de Fernanda, uma negra cujo cabelo afro estava um pouco amarrado, ela estava encostada na porta e já dormia com o sol que batia em seu rosto. Atrás, Cristina, Andréia, Juliana, Fassandra e Sida estavam quase dormindo com exceção de Maria que olhava o pôr-do-sol pela janela e em nada pensava.
Elas estavam viajando em uma vã e todos os equipamentos e instrumentos musicais estavam dentro de uma “carretinha”, um suporte atrás da vã para carregar tudo o que não cabia dentro do carro.
Era umas noves horas da noite quando chegaram ao hotel onde ficariam hospedadas.
- Meninas! – chamou Camila – Acordem, chegamos ao hotel. Vamos, acordem! – chamou ela.
Uma por uma começava acordar. O hotel, onde ficariam hospedadas não era nenhum cinco estrelas, mas era bem arrumado. A fachada era em tom claro com portas e janelas em cor mais escura. Havia uma garagem onde Camila estacionou a vã; elas pegaram suas malas e foram fazer o cadastro para ficar o hotel.
- Boa noite! – começou a recepcionista – Me chamo Darlene. No que posso ajuda-las?
Darlene tinha um sorriso de orelha a orelha, usava um vestido florido feito de tecido e seu cabelo estava desajeitadamente preso. Camila não estava com muito humor, pois ela fora dirigindo desde de Brasília até Minas sem parar. Porém para não ser desagradável, forçou seus lábios a darem um breve sorriso voltando a cara carrancuda novamente.
- Boa noite! – disse ela – Eu fiz umas reservas nesse hotel.
- Sim, claro! – respondeu Darlene – Estaria no nome de quem?
- Esta no nome de Camila.
- Sim, encontrei! Nossos quartos possuem três camas cada e em cada quarto há um banheiro. – disse ela enquanto entregava três chaves – É proibido trazer algum acompanhante homem, nosso café da manhã é servido às nove horas da manhã, após esse horário recolhemos a mesa e não há camareira, ou seja, vocês mesmas terão que arrumar as camas. Obrigada por me escutarem e sejam bem vindas ao hotel”Durma Bem”! – terminou Darlene.
As nove mulheres quase dormiram ali com tanta informação sendo passada. Darlene falou tudo isso sem jamais deixar o sorriso; Camila pensava em quantas vezes Darlene havia dito o mesmo texto, mas ela estava com a cabeça muito cansada para imaginar Darlene dizendo isso dez vezes por dia. Camila, Cristiane e Fernanda pegaram as chaves e foram para os quartos.
Não havia elevador,m então teriam que subir as escadarias. Elas chegaram no primeiro corredor, Cristiane foi abrir a porta. O quarto estava escuro, começou a vasculhar a parede ao lado da porta em busca de um interruptor de luz, achou-o ascendendo as luzes em seguida.
O quarto não era tão grande; mas também não era tão pequeno. Havia duas janelas grandes e em cada janela havia pequenas cortinas brancas feitas de renda. Havia três camas, uma do lado esquerdo do quarto e outra do lado direito e uma no meio das duas janelas, ou seja, as camas estavam dispostas entre o intervalo de uma cama e outra. Ao lado de cada cama havia um criado mudo e um abajur. O banheiro ficava do lado direito do quarto e na parede onde ficava a porta de entrada para o quarto, havia uma gaveteira com seis gavetas e um espelho a cima do móvel.
Todos os outros quartos eram da mesma forma. Cristiane e mais duas garotas ficaram neste quarto, enquanto as outras se alojavam nos outros quartos.
Agora que estavam se preparando para dormir, percebiam o cansaço chegando e tomando conta de seus corpos, pois logo estavam dormindo e se preparando par os longo dias que viriam.




Elas acordaram por volta das onze da manhã. O cansaço foi tanto que elas capotaram na cama, perdendo o café da manhã que seria servido às nove horas.
Tomaram um banho para acordar, trocaram de roupa e desceram até a sala de recepção que ficava na entrada do hotel.
As duas portas estavam abertas deixando a luz do dia esquentar e iluminar o lugar, uma leve brisa entrava e saia do ambiente que tinha paredes em tom salmón e os cinco sofás, que ali tinham, possuíam estampas floridas. Em ambiente muito agradável.
Elas atravessaram a sala de recepção indo encontrar a Darlene que estava atrás do balcão.
- Posso ajuda-las? – perguntou ela.
Darlene vestia um vestido todo florido e seu cabelo estava solto, um cabelo muito enrolado.
Darlene olhava da cabeça aos pés uma por uma, as garotas, porque estavam um pouco mais “relaxadas” : camisetas de bandas modificadas, calças e shorts desbotados e rasgados e todas de tênis, all star, surrados.
- Daremos uma saída. – respondeu Camila.
- Vocês voltarão para almoço? - perguntou Darlene.
- Não, obrigada! – respondeu – A senhorita conhece alguma linha de trem abandonada por aqui? – a linha de trem seria para gravar o vídeo.
- Sim, conheço! – respondeu a recepcionista sempre com um sorriso – Fica perto da oficina do Seu Raul!
- E onde fica essa oficina?
Darlene saiu de trás do balcão e foi até as portas do balcão para explicar onde ficava e por qual caminho elas poderiam seguir. Camila, após a explicação de Darlene, foi até a vã e tirou a “carretinha”e quinze minutos depois elas estavam na estrada.




O hotel onde estavam hospedadas ficava no centro da cidade, para irem até o lugar que fora informado teriam que atravessar um pouco do centro até chegarem em uma cidade de interior.
Demorava pelo menos uma hora até chegarem, fora as paradas para pedir informação. Finalmente elas tinham chegado. A oficina por sinal era bem arrumada: uma fachada de dupla cor, preto e laranja; havia pelo menos uns cinco carros do lado de fora e uns dez homens trabalhando, homens de uniforme, com o macacão da empresa, com idade de 20 e qualquer coisa; uma enorme placa estava disposta na frente da oficina com o nome do estabelecimento.
Ao verem uma vã toda preta se aproximando os funcionários pararam o que estava fazendo para ver quem era ou o que era que estava chegando. A porta lateral da vã foi aberta e uma por uma elas desceram, todas de óculos preto, pois o sol ali era forte e incomodava muito.
Todos da oficina olhavam-nas dos pés a cabeça, não sabiam elas se eles achavam-nas bonitas ou “esquisitas”, mas elas não estavam ali para paquerar aqueles rapazes imundos da oficina, só queriam falar com o dono.
E não demorou muito para que um senhor de cabelo branco meio calvo, com o mesmo uniforme e limpando as mãos em uma flanela, saísse para falar com elas.
- Seu Raul? – perguntou Maria.
- Sim sou eu. – respondeu ele.
- Eu sou Maria, e gostaríamos de conversar com o senhor, teria um tempo para podermos conversar? – perguntou ela.
- Tenho sim, vamos ao escritório.
Ele foi na frente, logo depois Camila e Maria o seguiram enquanto as outras ficariam esperando elas.
O escritório ficava em uma sala acima da oficina. Um escritório no tom vermelho com duas janelas; uma mesa no centro com uma cadeira atrás e mais duas cadeiras a frente; havia umas estantes de vidro com alguns troféus espalhados e um móvel de ferro com três gavetas. Ele se sentou e pediu a elas que também se acomodassem.
- Então , o posso fazer por vocês? – perguntou Seu Raul.
Quem falou foi Camila. Ela falou da banda e porquê estavam elas ali, o objetivo da viajem, tudo que elas precisavam para o vídeo e a proposta disso tudo.
- Interessante, sim tem uma linha de trem. – respondeu ele.
- O senhor poderia nos levar lá? – perguntou Maria.
- Eu não posso, mas tem um funcionário meu que pode ajudar vocês.
- Bem, se ele puder levar a gente lá, seria ótimo – disse Maria.
- Vou buscar ele. – disse Seu Raul logo saindo.
Uns dez minutos depois Seu Raul volta com um rapaz caucasiano(branco), com o macacão desabotoado até a cintura e a camiseta branca a mostra. Um rapaz, dois dedos mais baixo que Maria, loiro.
- Esse é o Edílson. – falou Seu Raul.
- Olá, Edílson.- começou Camila – Eu me chamo Camila e essa é minha amiga Maria.
Maria abriu um sorriso de orelha a orelha, seus olhos brilhavam; ela havia se encantado por Edílson e ele parecia encantado com Maria. Uma simples troca de olhares.
- Então Edílson – começou Camila – eu e minha amiga temos uma banda e viemos a Minas para gravar um vídeo e precisamos de um lugar bacana e pensamos em uma linha de trem abandonada ou um barraco.
- Sim por aqui tem os dois, só que no momento está fechado o acesso por causa do sumiço de uma garotinha! – disse Edílson.
- Como assim? – perguntaram as duas em uníssono.
- Tem uns três meses que uma menina de 7 anos foi seqüestrada, e o que parece é que ele trouxe a menina e ninguém sabe o que fizeram com o corpo dela.
- Bem, mas agora está tudo bem? – perguntou Camila.
- É pode se dizer que sim. – respondeu Edílson.
Camila e Maria se entreolharam.
- Então, pode levar a gente até lá? – perguntou Maria.
- Se vocês querem, eu levo. – respondeu Edílson.
Ele começou a descer até a oficina enquanto elas o seguiam. Desceram até onde as outras estavam para chamá-las e seguiram caminho para ir a linha de trem.
A linha e a suposta cabana ficava do lado esquerda à oficina uns 500 metros à frente e meio escondida no meio da mata. A linha era totalmente deserta: vagões abandonados e o mato cobria os trilhos quase todos. Um cenário perfeito para o vídeo.
Enquanto elas andavam pelos trilhos e conversavam sobre algumas idéias para o vídeo, Maria estava dispersa e pouco falava, estava pensando no vídeo, naquele lugar que parecia meio assustador e na menina desaparecida. Ela estava tão dispersa que não reparou que agora andava sozinha, até uma voz lhe chamar a atenção, mas não era uma voz qualquer, era o riso de uma criança, uma menina para ser mais exata; ela começou a seguir aquela voz, porém a voz parecia fugir dela e eram constantes os vultos que por ali passavam
- Espere! – gritava ela – Quem é você?
Porém a menina só ficava rindo e não respondia ao seu chamado. Até que entre um vagão e outro Maria parou em uma ponta e na outra ponta havia uma menina loira, branquinha de uns 7 anos mais ou menos. Ela agora só estava parada e nada falava. Maria começou a se aproximar lentamente:
- Olá, menininha. – dizia ela – O que você faz aqui? – ela não respondeu – Qual o seu nome? – continuava a não responder – Posso te levar em casa?
A menina abriu a boca para responder, porém a voz era masculina.
- Maria?! – era Edílson atrás dela.
Maria virou o rosto para trás e viu Edílson parado, mas ao olhar à sua frente de novo já não vê mais a menina. Maria começava a achar que ali talvez não fosse um bom lugar.
- Eu e suas amigas te ouvimos gritar – começou ele – aconteceu alguma coisa?
- Você viu uma menininha loira? – perguntou ela desconfiada – De 7 anos mais ou menos? Eu estava chegando até ela quando você apareceu e ela sumiu. – ela não parecia bem, estava meio sem fôlego.
- Você está bem? Parece meio pálida. E que menina era essa? – perguntou ele desconfiado.
Ela iria responder quando Fernanda apareceu.
- Eles estão aqui ! – gritou ela.
Logo todas as outras meninas apareceram.
- O que houve que você começou a gritar? – perguntou Fernanda.
Como ela iria explicar se nem ela sabia o que tinha acabado de acontecer?
- Eu escutei uma menina e fui atrás dela, mas não encontrei. – respondeu Maria.
Camila iria começar a responder, mas Edílson foi mais rápido.
- Bem, garotas, acho que já está tudo certo, mas eu tenho que voltar ao trabalho, você vão ficar?
- Vamos para discutir umas idéias – respondeu Camila – Obrigada por ter vindo trazer a gente aqui.
- De nada. – desse ele – Já que vocês vão ficar e eu tenho que ir. Então tchau.
Ele começou a se afastar do grupo de garotas, mas como se lembrasse de que esquecerá algo ele voltou. Foi em direção a Maria e lhe deu um beijo no rosto.
- Fica bem – disse ele só para ela com um meio sorriso.
Ele voltou a se afastar. Todas ficaram sem palavras a respeito do acontecido; Maria estava um pouco vermelha, pois não esperava pelo gesto. E logo elas estavam com a cabeça no vídeo, porém Maria pensava em muita coisa exceto no vídeo.




Maria estava em um lugar muito escuro, não sabia o que estava acontecendo, escutava gritos abafados; alguém gritava, pedia ajuda. Mas ninguém ia ajuda-la. Maria se levantou e logo achou o que procurava, porém tarde demais; ela começa a se aproximar e vê quem pedia socorro, a menina a mesma menina que ela viu na linha de trem, um homem está perto da menina ela se aproxima para ver quem é, mas se assusta ao ver a cabeça da menina separada do tronco. Ela grita e se levanta rapidamente da cama, estava ofegante e suava muito, ela acabava de sair de um pesadelo, um pesadelo que tinha aquela menina, no entanto a cena que virá era aterrorizante de mais para ela.
- Maria, o que houve? – perguntou Camila meio sonolenta.
- Um pesadelo, um horrível pesadelo.
- Tente voltar a dormir, isso passa.
- Okay.
Maria não tinha certeza se queria voltar a dormir, era um sonho que ela jamais queria ter de volta. Mas ela estava cansada, sonolenta ainda. Ela se deitou na cama de novo e virou para a parede voltando aos poucos a cair em sono novamente.



No dia seguinte, elas levantaram cedo pois estavam empolgadas com o novo vídeo que estava prestes a ser lançado, tinham que preparar o cenário e o equipamento todo para a gravação de tal. Levantaram era umas sete horas da manhã, arrumaram tudo e foram rumo a estrada. O vento fresco da manhã e o sol baixo as deixavam mais frescas, já que naquele estado elas quase “morriam” de tanto calor que o tempo proporcionava.
A oficina ainda não estava aberta, mas não tinha problema elas passaram direto e forma para o local do vídeo. Camila estacionou a vã uns dez metros distante do local, porém dava para elas pegarem todos os equipamentos e ficarem de olho na vã.
O cenário não daria muito trabalho, até porque estava praticamente tudo pronto então seria só fazer mais alguns ajustes.
Começaram a gravar o vídeo era umas dez horas da manhã, o sol já estava bem quente e a claridade era bem forte. Elas se posicionaram dentro de um vagão do trem: do lado de dentro estavam cinco mulheres; Maria no vocal, Camila na guitarra base e backing vocal, Cristiane na bateria, Fernanda na guitarra solo e Cristina no baixo. As outras meninas ficaram para gravar o vídeo, o primeiro vídeo seria delas tocando no trem; elas começavam a cantar “Nunca mais”, a nova música delas.
Terminado a primeira tomada do vídeo elas resolveram parar um pouco para descansar. Maria estava sentada ao lado de Camila, elas estavam conversando sobre o clipe, mas Maria estava com a cabeça muito longe dali, ela pensava no sonho da outra noite.
- O que está acontecendo, Maria? – perguntou Camila.
- O pesadelo está me incomodando, parecia muito real. – respondeu ela.
- Quer falar sobre ele? – perguntou Camila curiosa.
- Olha . ..
Quando ela ia começar a falar Edílson se aproximou.
- Olá, garotas! – disse ele com um sorriso.
- Olá! – disse Maria.
- Oi, Edílson. – respondeu Camila, meio áspera.
Por alguma razão Camila não ia com a cara do Edílson, mas ele fingia não notar, o que ele queria era conversar com Maria.
- O que você quer aqui, Edílson? – perguntou Camila ríspida.
- Vim ver como estava indo o clipe – respondeu ele com um sorriso.
- Vai bem!
- Camila! –gritou Fernanda – Veja isso.
Camila se levantou e foi ver o que estava acontecendo lá. Edílson viu a “brecha” e sentou-se ao lado de Maria. Maria se afastou um pouco estava meio desconfortável, ela sempre ficava assim meio tímida ao lado dele, sem como agir; não sabia o que era, mas não gostava do que sentia.
- E ae Maria, - começou ele – como você está?
- Ah, normal!
- Hum, sei não parece distante.
- É um pesadelo que tive à noite!
- Quer falar sobre ele?
- Sei não, não é algo normal que tenho, na verdade foi muito estranho.
- Pode partilhar – disse ele com um meio sorriso – sou um cara curioso e que sabe guardar segredo, principalmente de uma mulher tão linda como você!
Ela quase de desmancha ali naquele momento, ela era meio mole para homens e principalmente ele, ela não sabia como e nem porquê, mas ele mexia muito com ela.
- Olha, foi assim – ela começou – eu acordei em uma cabana, estava escuro, me levantei e dei de cara com o rosto da menina que eu vi ontem, mas ela estava decepada, a cabeça não estava junto do corpo. Ai não quero mais falar foi horrível e nojento.
- Tudo bem – disse ele colocando seu braço em torno do ombro dela – Não precisa mais fala sobre isso não
- Obrigada – respondeu ela em meio a um sorriso.
Seus rostos estavam próximos e seus olhares se cruzavam, ela sentia seu coração saltando de seu peito, ela o queria.
- Então – falou ele baixinho – você estaria a fim de sair comigo? Sabe conheço um bar que toca Rock’n roll, acho que você iria gostar. E ae topa?
Ela ia responder, mas viu algo atrás dele. A menina estava ali parada, ela tomou um susto.
- Você? – perguntou ela olhando incrédula.
- Olha, foi só uma pergunta, não queria que ficasse ofendida.
- O que você quer? – ela perguntou.
- Sair com você.
A menina abriu um sorriso e a chamou com o dedo indicador. Maria se levantou e foi até ela, a menina voltou a correr. Maria foi atrás.
- Espera! – gritou ela.
- MARIA? – gritou Edílson, indo atrás dela.
Mas ela já estava mais adiantada. A menina estava correndo para dentro da mata que tinha ali perto. Maria parou na frente exitando em saber se deveria continuar ou ficar ali, por via das dúvidas decidiu que iria continuar ela queria saber que menina era aquela, queria ajuda-la. E ficar parada ali não adiantaria em nada, então ela começou a correr atrás da menina novamente.
Andando pela mata, já não via mais a menina, até ela parar novamente. A menina estava a sua frente parada em baixo de uma árvore, ela abriu um largo sorriso e começou a andar novamente. Maria foi atrás a menina cantarolava e saltitava como uma criança feliz e cheia de vida, e talvez ela estivesse assim a um tempo atrás. Maria não sabia ao certo o porque mas tinha a impressão de que aquela menina não estava tão viva quanto ela achava estar.
A menina saltitou até parar no meio de umas quatro arvores, era um centro mais ou menos, as arvores estavam a sua volta e no meio nada só a menina parada. Maria e a garotinha se olhavam atentamente sem nem piscar.
- O que você quer? – perguntou Maria.
A menina como Maria esperava não respondia nada, ela apensa ficava ali parada, como se estivesse parada no tempo, não retrocedia e nem avançava, simplesmente ficava ali só esperando.
Maria começou a se aproximar, porém a menina é puxada para baixo, alguma coisa ou alguém, a puxa para baixo e pela primeira vez Maria a escuta gritar.
- NÃO! – grita Maria, tapando a boca com as mãos.
Ela sai de seu transe temporário e vai até o local onde a menina estava a poços minutos antes de ser puxada para baixo; ela começa a cavar com as próprias mãos o lugar onde a garota fora puxada. Suas mãos estavam começando a ficarem gastas além disso davam a impressão de que estavam começando a machucar, o sangue começava a querer sair.
- Maria, o que está acontecendo? – perguntou Camila atrás dela.
Mas ela não parecia escutar, estava preocupada em cavar, não sabia a causa mas ali tinha algo importante algo a ver com a garotinha. Ela tanto cavou que achou algo, um saco preto fechado, ela estava com medo muito medo do que poderia estar ali. E seja o que for cheirava muito mal, o cheiro era forte demais, o cheiro de morte no ar. Camila estava tão assustada quanto ela.
- O que é isso? – perguntou ela com receio da resposta.
- Só há um jeito de descobrir.
Maria começo a desamarrar o saco, pois não dava para puxa-lo a cima porque a terra não deixava. As duas estavam muito tensas, mal conseguiam respirar, o medo a angustia de que aquilo não fosse bom era torturante. Ela demorou mas conseguiu abrir o saco. Devagar ela foi abrindo direito, o cheiro parecia ter ficado ais forte e a angustia falava mais alto; devagar ela foi terminando de abrir o saco.
- Ah! – Maria gritou e se afastou rapidamente.
Camila, havia saído de perto e estava vomitando perto de uma arvore. O que as duas acabaram de encontrar fora um cadáver mutilado,  a primeira coisa que Maria havia visto era o rosto da menina a mesma menina que ela tinha encontrado na tarde de ontem, a mesma em seus sonhos e a mesma que havia sido sugada pelo chão. Ela acabará de encontrar a menina desaparecida!
Camila havia chamado a policia depois de ter vomitado metade do que havia comido. Maria estava abraçada com Fernanda e chorava rios e mais ris de lágrimas, afinal não era todo dia que se encontrava um cadáver, principalmente um naquele estado, alias uma criança naquele estado.
O policial foi falar com Maria, afinal havia sido ela que encontrará o corpo.
- Poderíamos conversar senhorita? – perguntou ele.
- Claro, o que senhor quer saber? – perguntou ela enxugando os olhos.
- Primeiro foi a senhora que achou o corpo, então eu queria saber como o encontrou?
- Olha, eu estava conversando com meu amigo, e de repente eu vi uma menina, eu não a conhecia e nem sabia quem era, achei que ela estivesse perdida mas depois ela começou a correr e não falava nada e eu fui atrás dela e vi ela sendo sugada pelo chão e quando dei por mim eu estava cavando tentando encontra-la e achei ela só que não esperava que fosse assim.
O policial olhava para ela com um olhar incrédulo do tipo que não acreditava no que havia acabado de escutar, ele estava prestes a fazer outra pergunta quando Edílson apareceu.
- Como você esta? – perguntou ele.
Mas ela só o abraçou e voltou a chorar, ela jamais havia passado por uma situação assim, estava sendo frustrante para ela.
- O senhor a conhece, estava come ela? – perguntou o policial meio desconfiado.
- Sim eu estava com ela quando ela começou a correr e a ver alguma coisa, só não sabia que era a tal garota.
- Entendo, ela está meio transtornada melhor esperar que ela melhore.
- Eu agradeceria, senhor!
Logo o policial saiu.
- Posso lhe tirar daqui? – perguntou ele com um sussurro em seu ouvido.
- Maria você está bem? – perguntou Camila ao se aproximar dos dois.
- Estou. – respondeu ela, enquanto se soltava do abraço de Edílson.
- Vem, vamos para casa, no momento não há nada mais para a gente fazer. Agora é só com a policia. – falou Camila.
- Você tem razão, preciso dormir. Mas e o clip?
Fora tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que por alguns segundos elas esqueceram do clipe.
- Bem no momento não podemos terminar de grava-lo, mas como temos tempo pra ficar aqui, podemos escolher outros lugares para as filmagens que faltam. Aqui é grande lugar é que não vai faltar.
-  Okay, vou só me despedir e encontro vocês no carro.
- Hum, só não demora. – disse Camila ao sair de perto.
- Acho que sua amiga não vai com a minha cara – comentou Edílson
- Nada, ela é legal, só está meio nervosa por conta do que aconteceu aqui. – disse Maria sem humor.
- Então você vai com elas, mas não vai sair comigo? – perguntou ele.
- Olha eu estou sem humor e assustada, preciso de um lugar que me deixe descansar, sair agora com você não seria uma boa idéia.
- Quer dizer que não seria bom sair comigo? – perguntou ele em tom áspero enquanto a agarrava pelo braço.
- Meu solta que está me machucando. – disse ela.
- Desculpa -  respondeu ele enquanto soltava seu braço – Perdi o controle.
- Tenho que ir.
- Desculpa – disse ele enquanto se aproximava para beija-la no rosto, mas ela se afastou dali.
Ele virou para frente vendo ela caminhar na direção das outras meninas. Levou um susto ao ver que seu amigo estava ali atrás dele esperando ele lhe dar atenção.
- O que você quer cara? – perguntou ele com rispidez.
- Encontraram a menina – disse seu amigo.
O menino tinha cabelo loiro, uma aparência física forte, era mais alto que Edílson pelo menos um palmo. Ele estava com uma preocupação por conta do aparecimento do corpo da menina e Edílson também não aparentava estar feliz com o aparecimento da menina. Mas o que tinha o corpo da menina de tão importante?
- É cara encontraram a menina. – disse Edílson.
Maria olhou para trás e viu ao longe um garoto ao lado de Edílson, ela não o reconhecia, mas ela não se importava tantos daquela cidade que ela não reconhecia ele era só mais um em meio a multidão, e a atitude de Edílson havia deixado ela encucada, por que ele agiria com ela daquela forma? Mas mesmo pensar nisso ela não queria ver a menina de seus sonhos ali decapitada havia deixado-a sem rumo, ela jamais virá algo do tipo e queria continuar não vendo, mas tinha um pequeno pressentimento de que não seria tão fácil assim. Ela entrou no carro e todas partiram para o hotel. O dia havia sido cheio.


Continua ...


Autor(a): Karolini

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