segunda-feira, 25 de junho de 2012

Puxado



Eu tentei;
Tentei nadar até a superfície.
Mas fica difícil
Quando algo lhe puxa
De volta ao fundo,
Para a escuridão.
E por estar cansada
Deixei-me levar.
Porque não posso me salvar
De mim mesma.

Autor(a): Karolini

Encontrar



Foi assim que construí,
Foi assim que me solidifiquei.

Foi assim que vivi,
Foi assim que sumi.

Por querer paz
Eu resolvi me desligar.

Fui me afogar
No mar da solidão.

Eu quis me modificar,
Assim precisei sonhar.

Só eu
E a escuridão.

Autor(a): Karolini

Sem salvação


Estou distante
Distante para me encontrar,
Distante para andar.
Muito distante

Me afundei em mim
Afundei em meio a um oceano;
Um profundo oceano;
Oceano de emoções

Me afoguei em lágrimas
Lágrimas que não escorreram de meus olhos;
Mas saiam de minha alma

E nada me salvou.
Não!
Ninguém conseguiu
Nem eu mesma.

Autor(a): Karolini

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O abismo não está fora e sim dentro de vc

A tristesa se projeta quando menos queremos, estamos todos propicios a quedas, algumas podemos nos levantar outras o buraco é fundo de mais para voltarmos a caminhar, algumas vezes não chegamos ao fundo e uma eternidade vai se passar e ai estaremos fadados a viver no mais escuro mundo.

:/

Corações tristes escutam musicas tristes para poderem chorar e assim liberar espaço para a alegria entrar. As vezes funciona outras apenas aumenta a dor.



By David Der (calakeen)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Garota Perdida-Parte 2


Chegando no hotel, todas elas estavam meio abaladas, principalmente Maria, ela havia ficado calada a viagem toda e subirá ao quarto sem dizer nada, jamais tivera uma atitude assim era de estranhar vê-la agindo assim. Camila resolveu ir falar com ela.
- Como você está? – perguntou ela sentando ao lado da cama de Maria.
- Bem, não é todo dia que se encontra uma menina morta de uma maneira tão fria sem contar que ela estava em total estado de decomposição. – disse ela tentando forçar um sarcasmo.
- Como você sabia que ela estava ali?
- Eu vi ela antes de eu achar aquele saco, ela tinha sido puxada para o chão. Foi muito estranho. – dizia ela ainda relembrando da cena.
- Acho que você precisa descansar, vou parar de perturba-la. Eu e as meninas vamos sair para comer algo, só não sei se vou conseguir, – disse ela – você quer alguma coisa?
- Não, vou ficar aqui e tentar dormir. Minha cabeça está explodindo um pouco, e estou enjoada, vou ficar e dormir. Podem ir eu vou ficar bem.
- Bem se é assim então nós vamos, mas não vamos demorar. – ela deu um beijo no rosto de Maria e depois saiu.
Maria se deitou na cama virou de lado e tentou dormir. Em pouco minutos ela havia caído em sono profundo. Porém seus sonhos estavam mais agitados do que nunca virá antes. Ela relembrava tudo, a menina sendo puxada, o saco com o corpo, a maneira que o Edílson tinha agido com ela, o garoto que ela não reconhecia. Estava em uma cabana, um pouco escuro mas ela reconhecia o lugar, podia escutar os gritos mais altos agora. Uma menina gritava e ela tinha certeza de que menina era. Ela foi até o local de onde saiam os gritos. Um quarto havia ali a menina estava deitada em um cochão no chão, porém tinha alguém ou alguma coisa em cima dela, não sabia dizer o que era pois estava escuro demais para ela saber quem era. A menina gritava muito.
- PARA ESTÁ MACHUCANDO! – gritava ela.
Maria foi até lá para tentar tirar a pessoa de cima da menina, mas não conseguia encostar nele, ele fugia de suas mãos ou as mãos dela fugiam dele.
- PARE SEU ESTUPIDO! – gritou ela tentando agarra-lo.
Mas tudo o que fazia era em vão.
- Maria! – ela escutava – Maria! Acorde, vamos acorde.
Ela despertou de uma só vez, sua mãos estavam sendo seguradas por Camila. Ela estava muito suada e atormentada esse sonho fora pior que o outro ainda, ela continuava a ver a menina mas não entendia o porquê.
- O que houve? – perguntou Camila
- Só mais um pesadelo. Um pesadelo muito forte.
- Quer conversar sobre esse pesadelo? Porque eu cheguei aqui você estava gritando e tentando agarrar o ar, foi até difícil de conseguir te acordar, tive que segurar seus braços para você se acalmar.
- Foi por causa dos acontecimentos de hoje, nada de mais.
- Bem, já que você diz. Eu vim porquê tinha que te contar, eu cheguei em um barzinho onde precisavam de uma banda para tocar amanhã a noite, eles precisavam de uma banda de rock e não havia ninguém para tocar, ai eu coloquei nossa banda para tocar, pelo menos assim ficamos com algo para fazer enquanto a policia cuida lá do local. O que você acha?
- Bem estou de acordo, vai ser legal tocarmos lá. Mas e as outras meninas?
- Elas que me deram o toque sobre o barzinho, ficava perto da lanchonete onde fomos comer. E eu trouxe um sanduíche para você. Achei que pudesse acordar com fome. – disse ela enquanto passava o saco com o sanduíche.
- Obrigada, eu realmente estou com um pouco de fome. – ela pegou e começou a comer.
- Bem, enquanto você come eu tomo um banho para relaxar e dormir. – disse ela enquanto ia ao banheiro.
Maria ficou a sós depois que Camila entrou de baixo do chuveiro, ela comia e refletia sobre o sonho, fora a coisa mais estranha que havia visto desde que chegará àquele lugar. E ela não estava nem um pouco satisfeita com isso.






A manhã seguinte foi totalmente tediante, elas ainda não podiam gravar o resto do vídeo, então tiveram que passear pela cidade. Onde passavam era um olhar ou um cochicho e tudo por conta do acontecido no dia anterior, chegava a ser irritante. Mas como o estado não tinha muito a lhes oferecer ela logo voltaram para o hotel, pois teriam que trabalhar em uma “trilha sonora” que seria tocada naquela noite. Estavam ansiosas e gostavam de tocar para um público, esperavam que dessem bastante pessoas para assistirem elas.
Chegou a hora, elas iriam tocar as nove da noite, todas já estavam prontas e os equipamentos, os instrumentos musicais estavam na vã já. Oito horas elas foram e chegaram por ali era umas oito e meia, arrumaram tudo enquanto chegavam as pessoas que iriam assistir ao show delas ali no bar. No começo não havia muitas pessoas mas depois o lugar começou a encher bastante. Ali elas iriam tocar covers de várias bandas que gostavam muito. Nove e dez estava tudo pronto e tinha mais pessoas do que elas podiam imaginar, Maria notou no meio da multidão a presença de Edílson e do amigo dele que ela não conhecia. Ele também a viu e acenou, ela acenou de volta. Começaram a tocar “Rock’n Roll Train” do Ac/Dc. Havia muitos homens e poucas mulheres para curtirem o som da banda delas. Mas logo estavam todos cantando junto com elas e estavam “pirando” ao som do rock dessa meninas. Elas cantaram mais ou menos por umas duas horas. Mas resolveram continuar mais um pouco sempre que saiam elas ficavam até mais tarde, conhecendo pessoas e bebendo sem parar, era algo que acontecia em raridade.
Elas já tinham descido do palco e o dono do bar rock havia colocado música para tocar enquanto todos curtiam o resto da noite com muita bebida e muito som, além de muita “pegação”.
Maria ainda não tinha ido falar com Edílson e nem com o suposto amigo dele, e ele também não havia ido falar com ela. Elas estavam dançando, todas as meninas estavam curtindo, bebendo.
Após ter passado uns minutos Edílson foi falar com Maria, mas ela já estava um pouco bêbada. Ele puxou ela para um canto e sem mais nem menos encostou ela na parede e a beijou. Estava tão absorvida pela bebida que pouco se importou e correspondeu ao beijo que eles dois trocavam. O beijo dele era intenso e cheio de desejo. Não sabe quanto tempo demorou, porém da mesma maneira que começou ele terminou, sem mais nem menos.
- Podemos ir a um lugar mais intimo, o que acha? – perguntou ele em um sussurro ao seu ouvido.
- Seria uma ótima idéia, mas eu estou um pouco bêbada. – disse ela meio rindo.
- Não tem problema eu posso cuidar de você muito bem. – disse ele logo lhe roubando um beijo novamente.
- Não sei.
- Vamos. – disse ele enquanto a puxava para sair dali.
Não demorou muito para que os dois já tivessem saído dali, ele estava de moto e levou ela para o apartamento onde ele morava. Não era tão longe de onde ficava o bar, ela havia prestado atenção no caminho. Ele a ajudou a descer da moto quando parou no estacionamento a frente do apartamento. Ajudou ela a subir as escadas, pois ela não estava muito equilibrada. No terceiro piso ele parou e andou pelo corredor até parar na terceira porta onde ficava seu “ape”. Deixou ela encostada na parede ao lado da porta enquanto pegava a chave e abria a porta. Ele a segurou pela cintura e levou ela para dentro, fechou a porta com o pé e a levou para seu quarto. Empurrou ela na cama, caindo de costas na cama começando a rir espontaneamente. Depois de tê-la empurrado na cama tira a jaqueta de couro e a blusa desbotada que vestia. Começa a acariciar sua pernas e ela se senta enquanto ele a olha nos olhos e começa a retirar suas botas uma por uma. Após retiradas ele começa a subir em cima dela bem devagar levando ela a deitar a cabeça no travesseiro que estava na outra ponta da cama, começando a beija-la novamente, porém mais intensamente.
Eles começavam uma dança, eram um corpo só de desejo e paixão, estavam totalmente sem roupa, ele entrava e saia de dentro dela hora devagar hora mais rápido. Ela arquejava e gemia, olhava de um lado para o outro sentindo o desejo tomar conta de seu corpo. Ao olhar para o canto escuro daquele quarto ela sente um rápido arrepio, daquele canto surgia um corpo e rosto que lembrava muito bem, a menina estava ali. Ela ficou assustada e ao mesmo tempo constrangida, querendo ou não era uma situação meio chata. Mas o susto foi maior ao ver que pedaços da menina começavam a cair como se estivessem colados ao tronco dela e estavam perdendo a cola. Um por um caia, o último a cabeça. Maria olha para o teto, ela não havia gritado mas estava aterrorizada com o que acabará de ver, Edílson não havia visto nada.
Ela começa a ter reflexos do sonho que havia tido na noite anterior, mas só que agora parecia estar vivendo eles como se fosse a menina. Ela começou a ver um rosto estranho, ela gritava pedia ajuda, ele estava em cima dela.
- PARA! – começou a gritar.
- Cala boca “pirralha”! – gritava o homem
Ela batia nele mas isso não o impedia, ele segurou os braços dela segurando forte cada um de um do lado da cabeça. Ela começou a levantar, estava assustada e havia empurrado Edílson para o outro lado.
- O que foi, não estava bom? – dizia ele enquanto beijava seu pescoço.
- Eu tenho que ir embora, as meninas devem estar preocupadas. – dizia ela enquanto saia da cama e vestia suas roupas.
Edílson ficou meio pasmo sem saber o que fazer já que ele não sabia o que havia acontecido ali.
- Você quer carona? – perguntou ele enquanto ela saia do quarto.
Mas já era em vão, ela já havia saído do apartamento, estava descendo a escadaria rapidamente e em questão de minutos já estava na rua, andando para chegar até o hotel em que estava hospedada.
Enquanto estava pegando a rua pela qual havia cegado para voltar, sentia que alguém estava seguindo-a, ela se vira para olhar para trás ela vê um homem de blusa de frio. Ela começava a ficar assustada, logo percebe que está andando mais rápido do que antes. Está meio ofegante e tonta ainda.
- Espera! – grita o homem.
Ela começa a correr, o homem vendo começa a correr atrás dela. Ela acelera o passo mais e mais mas ele a alcança.
- Ei você num é aquela menina da banda do bar? – pergunta
O homem era o amigo do Edílson mas o rosto dele parecia familiar ela se recordava de algum lugar, antes do encontro com o corpo da menina em pedaços.
- Sou sim, como você me achou?!- perguntou ela meio confusa.
- Eu vi você saindo do apartamento do Edílson, só que você estava meio chapada, ai queria saber se poderia ajudar. – disse ele se aproximando mais dela.
- Obrigada, eu só...
Ela parou no tempo, porque naquele instante ela lembrou de onde ele era. Ela lembrou da visão daquela noite, o homem, ele era o homem que estava em cima da menina. Seu rosto agora ficava mais claro em suas visões, era ele o tempo todo. Ele estivera ali bem perto dela o tempo todo, agora ela estava apavorada com o que tinha acabado de tomar consciência.
- Ei você está bem?- perguntou.
- Você...você ... você – ela gaguejava – você é o assassino da menina. Foi você o tempo todo, você a colocou naquele saco – ela começava a se afastar dele.
Ela começou a correr pela rua, e ele estava sempre atrás dela, mas ela com as botas corria mais devagar e logo foi alcançada pelo amigo de Edílson. Ele a pegou pelo braço mas ela conseguiu se soltar o jogando no chão. Ele pega uma pedra que estava ao seu lado se levanta e joga para acerta-la, ele teve uma grande sorte e acertou a cabeça dela fazendo com que ela caísse desmaiada. Totalmente desacordada.



Camila ia ajudar a moça que estava desacordada na rua mas viu que não era uma boa idéia, pois havia alguém vindo buscar a moça desacordada, vendo ele ela se acomodou ao lado da vã pois ela já tinha decido e estava indo quando ele apareceu e assim ela se abaixou se escondendo, ela notou que ele olhou para os lados antes de pegá-la no colo. Camila levou um susto ao perceber de quem se tratava a moça, era Maria que estava desacordada e sendo raptada. Ele começou a sair com ela dali, Camila resolveu que era hora de segui-lo e foi sempre em seu encalço.
Ele atravessou a rua e foi até um carro, devia ser o carro dele, abriu o porta mala e jogou Maria lá dentro. Camila sempre o observava para conseguir ter uma brecha para agarra-lo. Ele começou a dirigir e Camila foi atrás dele o seguindo sem deixar pistas de que seria ela. Ele dirigiu até a oficina e entrou em um caminho de terra que tinha ali perto. Camila desceu do carro e foi a pé atrás dele sem nunca perde-lo de vista.
Ele parou em um barraco que ela nem sabia da existência. Desceu do carro, abriu o porta malas e retirou Maria de lá de dentro, sempre olhava para ver se tinha mais alguém ali ou se alguém o havia seguido. Ele levou ela para dentro do barraco, Camila ia saindo do arbusto em que estava escondida mas viu que ele saia de lá de dentro conversando com alguém ao telefone.
“Deve ser algum ajudante” pensou ela.
Ela não sabia muito o que deveria fazer mas ela iria esperar mais um pouco até ele entrar e ela poder chegar mais perto do barraco para ver o que faria em seguida.




Maria começava a tomar consciência do que estava acontecendo ela já havia acordado e estava meio zonza com a pedrada que tinha evado na cabeça. Ela se levantou e sentou no chão de madeira que rangeu ao peso dela ao se mover, passou a mão pela cabeça e viu que sangrava um pouco no lugar onde doía por conta da pedra ou a queda, ela não sabia ao certo. Ela respirou fundo para ter controle da situação, pois sentia que poderia entrar em desespero a qualquer instante. Não tinha celular e não havia sinal de ninguém por ali para ajuda-la, só estava ela e o psicopata amigo do Edílson.
A porta foi aberta, quem adentrava o local era o amigo de Edílson, ele estava com a escuridão na metade do seu rosto o que o fazia ter uma cara de assassino e isso não a tranqüilizava. Ele logo andou rápido até ela fazendo ela começar a se arrastar para atrás, ele a puxou pelas pernas as segurando ele era mais forte que Maria, subiu em cima dela fazendo ela lembrar da cena que havia visto com a outra garotinha. Com apenas um braço ele segurou os dois braços de Maria acima de sua cabeça prendendo os ao chão.
Ele tinha algo na outra mão e mostrava a Maria.
- Não vou cometer o mesmo erro com você. – disse ele olhando para o objeto. – Vou fazer você calar, porque sei que é só questão de tempo até começar a gritar sua garota enjoada. Então fazendo um favor aos meus ouvidos, vou costurar sua boca.
Ela começa a chorar desesperadamente, e a gritar.
- SOCORRO! – gritava ela em meio aos soluços.
Ela se mexia de um lado para o outro tentando tira-lo de cima dela.
Com um baque surdo outra pessoa entrou na cabana, levantou um pedaço de tronco de árvore e acertou-o na cabeça fazendo ele cair em cima dela desmaiado. Essa pessoa tirou ele de cima dela e pegou Maria pelos ombros.
- Maria você está bem? Eu vi o que ele ia fazer ai eu tive que agir. Vamos temos que sair daqui rápido.
Era Camila que havia entrado na cabana e estava ajudando-a. As duas se levantaram e correram para fora da cabana. Iriam se esconder na mata que ficava ao redor daquele barraco mas viram que havia mais alguém chegando. Elas começaram a achar que era alguma ajuda estavam desesperadas por qualquer ajuda. O carro se aproximava com um farol alto que quase as cegava, ele parou uns 5 metros de distância e alguém começou a descer do carro.
- Edílson? – gritou Maria com um sorriso de tranqüilidade e alegria por vê-lo ali.
Mas Camila tinha um pequeno pressentimento de que não era bom ele estar ali. E estava certa pois logo que Maria começou a andar em sua direção ele tirou uma arma do cós da calça jeans e apontou para ela.
- Edílson? – perguntou ela incrédula.
- Oi gata! – disse ele com um meio sorriso – Pois é você por aqui com meu irmão, você deve estar sabendo o que fizemos né, afinal você vem vendo essa “pirralha” o tempo todo, você passou a ser um obstáculo no caminho. – ele agora tinha um sorriso de triunfo estampado no rosto – Não vai durar muito logo vocês não verão nada, afinal é difícil ver algo quando se está morta.
O irmão de Edílson saiu da cabana vendo toda a situação.
- Ei mano até que você apareceu rápido dessa vez. – disse ele.
- Vamos logo acabar com isso, elas não podem ficar vivas.
Camila estava com medo mas não demonstrava o quanto estava apavorada, já Maria voltava a chorar, estavam perdendo o controle da situação, tudo estava desandando. Edílson foi se aproximando e seu irmão havia pegado o mesmo pedaço de madeira que Camila havia usado para bater nele e estava indo em direção dela enquanto Edílson ia de encontro a Maria.
Maria estava em um canto e Camila no outro ambas estavam sendo fechadas pelos dois. Mas algo surpreendente estava para acontecer e aconteceu, Maria olhou para o lado e viu a menininha parada no meio das duas, ela cantarolava a mesma música de boca fechada. Ela estava sentada e balançava para frente e para trás como se estivesse esperando o momento certo. Quando os dois iam atacar elas duas, uma ventania começou a passar por aquele local. Edílson e seu irmão olhavam ao redor até virarem para onde as luzes do carro estavam acesas e piscavam fortemente. A menininha estava em pé no capo do carro com o cabelo cobrindo seu rosto seus braços estavam moles de pendurados e sua cabeça estava meio de lado, os dois a olhavam apavorados. Ao olha-los no olho eles puderam ver que seu rosto estava totalmente deformado, em decomposição. Os dois ficaram apavorados, Camila e Maria estavam saindo dali de trás deles, eles estavam juntos no meio, o carro que estava ali na frente deu partida e andou para frente em uma velocidade impressionante pegando os dois pela cintura e os prendendo no tronco da árvore que tinha ali na frente. Camila e Maria viraram seus rosto para o lado ao verem que estavam mortos naquele exato momento. O dois assassinos da menininha estavam mortos pelo espírito da menina. Maria ainda podia vê-la no capo do carro, a menina já tinha mudado de aparência e agora parecia a mesma garotinha que ela sempre fora, ela desceu do capo e foi andando até a mata, parou um pouco antes de entrar olhou para trás e acenou para Maria com um sorriso no rosto e saiu saltitando por dentro da mata sempre cantando e rindo. Maria agora sabia que ela estaria em paz, a menina.
Os policiais chegaram acompanhados das outras meninas componentes da banda. Maria olhou incrédula para Camila.
- O que foi? Achou mesmo que eu não tinha pedido ajuda antes? Não mesmo sou sua amiga e sempre vou proteger vocês da mesma maneira que vocês me protegeriam. – disse ela enquanto iam se encontrar com os outros.
Elas andaram até a viatura e foram receber cuidados médicos, os dois assassinos haviam morrido o caso estava encerrado. Todas as outras meninas da banda resolveram ir embora mesmo sem terminar o clipe, depois dos acontecimentos elas achavam melhor dar um tempo da estrada da música, estavam esgotadas e com vontade de sair daquele estado. Foram embora sem nem olhar para trás sem nem sentir vontade de voltar. Maria estava ressentida com o Edílson, mas agora tudo havia acabado e elas voltavam aos poucos para suas vidas normais, como jamais deveria ter deixado de ser.


FIM


Autor(a): Karolini

Garota perdida-Parte 1




Elas estavam na auto estrada tinha pelo menos umas três horas; três horas sem parar, três horas corridas.
Camila já demonstrava um certo cansaço. Dirigir por três horas não era agradável. Ela e mais oito garotas estavam indo a Minas Gerais gravar um vídeo. Camila e mais quatro garotas formavam uma banda: as “G Dolls”. Uma banda de rock feminino que estava na estrada da fama tinha pouco tempo. Ficariam em MG durante umas tr~es a quatro semanas, seria tempo suficiente para conhecer o estado e gravar o vídeo da sua nova música. Porém agora elas estavam entediadas e cansadas.
Camila, a motorista, estava de óculos escuro, pois o sol de fim de tarde já incomodava, seu cabelo vermelho e curto balançava com o vento que batia em seu rosto. Ao lado dela estava Cristiane com seu cabelo loiro preso em uma trança; a cabeça de Cristiane estava encostada no ombro de Fernanda, uma negra cujo cabelo afro estava um pouco amarrado, ela estava encostada na porta e já dormia com o sol que batia em seu rosto. Atrás, Cristina, Andréia, Juliana, Fassandra e Sida estavam quase dormindo com exceção de Maria que olhava o pôr-do-sol pela janela e em nada pensava.
Elas estavam viajando em uma vã e todos os equipamentos e instrumentos musicais estavam dentro de uma “carretinha”, um suporte atrás da vã para carregar tudo o que não cabia dentro do carro.
Era umas noves horas da noite quando chegaram ao hotel onde ficariam hospedadas.
- Meninas! – chamou Camila – Acordem, chegamos ao hotel. Vamos, acordem! – chamou ela.
Uma por uma começava acordar. O hotel, onde ficariam hospedadas não era nenhum cinco estrelas, mas era bem arrumado. A fachada era em tom claro com portas e janelas em cor mais escura. Havia uma garagem onde Camila estacionou a vã; elas pegaram suas malas e foram fazer o cadastro para ficar o hotel.
- Boa noite! – começou a recepcionista – Me chamo Darlene. No que posso ajuda-las?
Darlene tinha um sorriso de orelha a orelha, usava um vestido florido feito de tecido e seu cabelo estava desajeitadamente preso. Camila não estava com muito humor, pois ela fora dirigindo desde de Brasília até Minas sem parar. Porém para não ser desagradável, forçou seus lábios a darem um breve sorriso voltando a cara carrancuda novamente.
- Boa noite! – disse ela – Eu fiz umas reservas nesse hotel.
- Sim, claro! – respondeu Darlene – Estaria no nome de quem?
- Esta no nome de Camila.
- Sim, encontrei! Nossos quartos possuem três camas cada e em cada quarto há um banheiro. – disse ela enquanto entregava três chaves – É proibido trazer algum acompanhante homem, nosso café da manhã é servido às nove horas da manhã, após esse horário recolhemos a mesa e não há camareira, ou seja, vocês mesmas terão que arrumar as camas. Obrigada por me escutarem e sejam bem vindas ao hotel”Durma Bem”! – terminou Darlene.
As nove mulheres quase dormiram ali com tanta informação sendo passada. Darlene falou tudo isso sem jamais deixar o sorriso; Camila pensava em quantas vezes Darlene havia dito o mesmo texto, mas ela estava com a cabeça muito cansada para imaginar Darlene dizendo isso dez vezes por dia. Camila, Cristiane e Fernanda pegaram as chaves e foram para os quartos.
Não havia elevador,m então teriam que subir as escadarias. Elas chegaram no primeiro corredor, Cristiane foi abrir a porta. O quarto estava escuro, começou a vasculhar a parede ao lado da porta em busca de um interruptor de luz, achou-o ascendendo as luzes em seguida.
O quarto não era tão grande; mas também não era tão pequeno. Havia duas janelas grandes e em cada janela havia pequenas cortinas brancas feitas de renda. Havia três camas, uma do lado esquerdo do quarto e outra do lado direito e uma no meio das duas janelas, ou seja, as camas estavam dispostas entre o intervalo de uma cama e outra. Ao lado de cada cama havia um criado mudo e um abajur. O banheiro ficava do lado direito do quarto e na parede onde ficava a porta de entrada para o quarto, havia uma gaveteira com seis gavetas e um espelho a cima do móvel.
Todos os outros quartos eram da mesma forma. Cristiane e mais duas garotas ficaram neste quarto, enquanto as outras se alojavam nos outros quartos.
Agora que estavam se preparando para dormir, percebiam o cansaço chegando e tomando conta de seus corpos, pois logo estavam dormindo e se preparando par os longo dias que viriam.




Elas acordaram por volta das onze da manhã. O cansaço foi tanto que elas capotaram na cama, perdendo o café da manhã que seria servido às nove horas.
Tomaram um banho para acordar, trocaram de roupa e desceram até a sala de recepção que ficava na entrada do hotel.
As duas portas estavam abertas deixando a luz do dia esquentar e iluminar o lugar, uma leve brisa entrava e saia do ambiente que tinha paredes em tom salmón e os cinco sofás, que ali tinham, possuíam estampas floridas. Em ambiente muito agradável.
Elas atravessaram a sala de recepção indo encontrar a Darlene que estava atrás do balcão.
- Posso ajuda-las? – perguntou ela.
Darlene vestia um vestido todo florido e seu cabelo estava solto, um cabelo muito enrolado.
Darlene olhava da cabeça aos pés uma por uma, as garotas, porque estavam um pouco mais “relaxadas” : camisetas de bandas modificadas, calças e shorts desbotados e rasgados e todas de tênis, all star, surrados.
- Daremos uma saída. – respondeu Camila.
- Vocês voltarão para almoço? - perguntou Darlene.
- Não, obrigada! – respondeu – A senhorita conhece alguma linha de trem abandonada por aqui? – a linha de trem seria para gravar o vídeo.
- Sim, conheço! – respondeu a recepcionista sempre com um sorriso – Fica perto da oficina do Seu Raul!
- E onde fica essa oficina?
Darlene saiu de trás do balcão e foi até as portas do balcão para explicar onde ficava e por qual caminho elas poderiam seguir. Camila, após a explicação de Darlene, foi até a vã e tirou a “carretinha”e quinze minutos depois elas estavam na estrada.




O hotel onde estavam hospedadas ficava no centro da cidade, para irem até o lugar que fora informado teriam que atravessar um pouco do centro até chegarem em uma cidade de interior.
Demorava pelo menos uma hora até chegarem, fora as paradas para pedir informação. Finalmente elas tinham chegado. A oficina por sinal era bem arrumada: uma fachada de dupla cor, preto e laranja; havia pelo menos uns cinco carros do lado de fora e uns dez homens trabalhando, homens de uniforme, com o macacão da empresa, com idade de 20 e qualquer coisa; uma enorme placa estava disposta na frente da oficina com o nome do estabelecimento.
Ao verem uma vã toda preta se aproximando os funcionários pararam o que estava fazendo para ver quem era ou o que era que estava chegando. A porta lateral da vã foi aberta e uma por uma elas desceram, todas de óculos preto, pois o sol ali era forte e incomodava muito.
Todos da oficina olhavam-nas dos pés a cabeça, não sabiam elas se eles achavam-nas bonitas ou “esquisitas”, mas elas não estavam ali para paquerar aqueles rapazes imundos da oficina, só queriam falar com o dono.
E não demorou muito para que um senhor de cabelo branco meio calvo, com o mesmo uniforme e limpando as mãos em uma flanela, saísse para falar com elas.
- Seu Raul? – perguntou Maria.
- Sim sou eu. – respondeu ele.
- Eu sou Maria, e gostaríamos de conversar com o senhor, teria um tempo para podermos conversar? – perguntou ela.
- Tenho sim, vamos ao escritório.
Ele foi na frente, logo depois Camila e Maria o seguiram enquanto as outras ficariam esperando elas.
O escritório ficava em uma sala acima da oficina. Um escritório no tom vermelho com duas janelas; uma mesa no centro com uma cadeira atrás e mais duas cadeiras a frente; havia umas estantes de vidro com alguns troféus espalhados e um móvel de ferro com três gavetas. Ele se sentou e pediu a elas que também se acomodassem.
- Então , o posso fazer por vocês? – perguntou Seu Raul.
Quem falou foi Camila. Ela falou da banda e porquê estavam elas ali, o objetivo da viajem, tudo que elas precisavam para o vídeo e a proposta disso tudo.
- Interessante, sim tem uma linha de trem. – respondeu ele.
- O senhor poderia nos levar lá? – perguntou Maria.
- Eu não posso, mas tem um funcionário meu que pode ajudar vocês.
- Bem, se ele puder levar a gente lá, seria ótimo – disse Maria.
- Vou buscar ele. – disse Seu Raul logo saindo.
Uns dez minutos depois Seu Raul volta com um rapaz caucasiano(branco), com o macacão desabotoado até a cintura e a camiseta branca a mostra. Um rapaz, dois dedos mais baixo que Maria, loiro.
- Esse é o Edílson. – falou Seu Raul.
- Olá, Edílson.- começou Camila – Eu me chamo Camila e essa é minha amiga Maria.
Maria abriu um sorriso de orelha a orelha, seus olhos brilhavam; ela havia se encantado por Edílson e ele parecia encantado com Maria. Uma simples troca de olhares.
- Então Edílson – começou Camila – eu e minha amiga temos uma banda e viemos a Minas para gravar um vídeo e precisamos de um lugar bacana e pensamos em uma linha de trem abandonada ou um barraco.
- Sim por aqui tem os dois, só que no momento está fechado o acesso por causa do sumiço de uma garotinha! – disse Edílson.
- Como assim? – perguntaram as duas em uníssono.
- Tem uns três meses que uma menina de 7 anos foi seqüestrada, e o que parece é que ele trouxe a menina e ninguém sabe o que fizeram com o corpo dela.
- Bem, mas agora está tudo bem? – perguntou Camila.
- É pode se dizer que sim. – respondeu Edílson.
Camila e Maria se entreolharam.
- Então, pode levar a gente até lá? – perguntou Maria.
- Se vocês querem, eu levo. – respondeu Edílson.
Ele começou a descer até a oficina enquanto elas o seguiam. Desceram até onde as outras estavam para chamá-las e seguiram caminho para ir a linha de trem.
A linha e a suposta cabana ficava do lado esquerda à oficina uns 500 metros à frente e meio escondida no meio da mata. A linha era totalmente deserta: vagões abandonados e o mato cobria os trilhos quase todos. Um cenário perfeito para o vídeo.
Enquanto elas andavam pelos trilhos e conversavam sobre algumas idéias para o vídeo, Maria estava dispersa e pouco falava, estava pensando no vídeo, naquele lugar que parecia meio assustador e na menina desaparecida. Ela estava tão dispersa que não reparou que agora andava sozinha, até uma voz lhe chamar a atenção, mas não era uma voz qualquer, era o riso de uma criança, uma menina para ser mais exata; ela começou a seguir aquela voz, porém a voz parecia fugir dela e eram constantes os vultos que por ali passavam
- Espere! – gritava ela – Quem é você?
Porém a menina só ficava rindo e não respondia ao seu chamado. Até que entre um vagão e outro Maria parou em uma ponta e na outra ponta havia uma menina loira, branquinha de uns 7 anos mais ou menos. Ela agora só estava parada e nada falava. Maria começou a se aproximar lentamente:
- Olá, menininha. – dizia ela – O que você faz aqui? – ela não respondeu – Qual o seu nome? – continuava a não responder – Posso te levar em casa?
A menina abriu a boca para responder, porém a voz era masculina.
- Maria?! – era Edílson atrás dela.
Maria virou o rosto para trás e viu Edílson parado, mas ao olhar à sua frente de novo já não vê mais a menina. Maria começava a achar que ali talvez não fosse um bom lugar.
- Eu e suas amigas te ouvimos gritar – começou ele – aconteceu alguma coisa?
- Você viu uma menininha loira? – perguntou ela desconfiada – De 7 anos mais ou menos? Eu estava chegando até ela quando você apareceu e ela sumiu. – ela não parecia bem, estava meio sem fôlego.
- Você está bem? Parece meio pálida. E que menina era essa? – perguntou ele desconfiado.
Ela iria responder quando Fernanda apareceu.
- Eles estão aqui ! – gritou ela.
Logo todas as outras meninas apareceram.
- O que houve que você começou a gritar? – perguntou Fernanda.
Como ela iria explicar se nem ela sabia o que tinha acabado de acontecer?
- Eu escutei uma menina e fui atrás dela, mas não encontrei. – respondeu Maria.
Camila iria começar a responder, mas Edílson foi mais rápido.
- Bem, garotas, acho que já está tudo certo, mas eu tenho que voltar ao trabalho, você vão ficar?
- Vamos para discutir umas idéias – respondeu Camila – Obrigada por ter vindo trazer a gente aqui.
- De nada. – desse ele – Já que vocês vão ficar e eu tenho que ir. Então tchau.
Ele começou a se afastar do grupo de garotas, mas como se lembrasse de que esquecerá algo ele voltou. Foi em direção a Maria e lhe deu um beijo no rosto.
- Fica bem – disse ele só para ela com um meio sorriso.
Ele voltou a se afastar. Todas ficaram sem palavras a respeito do acontecido; Maria estava um pouco vermelha, pois não esperava pelo gesto. E logo elas estavam com a cabeça no vídeo, porém Maria pensava em muita coisa exceto no vídeo.




Maria estava em um lugar muito escuro, não sabia o que estava acontecendo, escutava gritos abafados; alguém gritava, pedia ajuda. Mas ninguém ia ajuda-la. Maria se levantou e logo achou o que procurava, porém tarde demais; ela começa a se aproximar e vê quem pedia socorro, a menina a mesma menina que ela viu na linha de trem, um homem está perto da menina ela se aproxima para ver quem é, mas se assusta ao ver a cabeça da menina separada do tronco. Ela grita e se levanta rapidamente da cama, estava ofegante e suava muito, ela acabava de sair de um pesadelo, um pesadelo que tinha aquela menina, no entanto a cena que virá era aterrorizante de mais para ela.
- Maria, o que houve? – perguntou Camila meio sonolenta.
- Um pesadelo, um horrível pesadelo.
- Tente voltar a dormir, isso passa.
- Okay.
Maria não tinha certeza se queria voltar a dormir, era um sonho que ela jamais queria ter de volta. Mas ela estava cansada, sonolenta ainda. Ela se deitou na cama de novo e virou para a parede voltando aos poucos a cair em sono novamente.



No dia seguinte, elas levantaram cedo pois estavam empolgadas com o novo vídeo que estava prestes a ser lançado, tinham que preparar o cenário e o equipamento todo para a gravação de tal. Levantaram era umas sete horas da manhã, arrumaram tudo e foram rumo a estrada. O vento fresco da manhã e o sol baixo as deixavam mais frescas, já que naquele estado elas quase “morriam” de tanto calor que o tempo proporcionava.
A oficina ainda não estava aberta, mas não tinha problema elas passaram direto e forma para o local do vídeo. Camila estacionou a vã uns dez metros distante do local, porém dava para elas pegarem todos os equipamentos e ficarem de olho na vã.
O cenário não daria muito trabalho, até porque estava praticamente tudo pronto então seria só fazer mais alguns ajustes.
Começaram a gravar o vídeo era umas dez horas da manhã, o sol já estava bem quente e a claridade era bem forte. Elas se posicionaram dentro de um vagão do trem: do lado de dentro estavam cinco mulheres; Maria no vocal, Camila na guitarra base e backing vocal, Cristiane na bateria, Fernanda na guitarra solo e Cristina no baixo. As outras meninas ficaram para gravar o vídeo, o primeiro vídeo seria delas tocando no trem; elas começavam a cantar “Nunca mais”, a nova música delas.
Terminado a primeira tomada do vídeo elas resolveram parar um pouco para descansar. Maria estava sentada ao lado de Camila, elas estavam conversando sobre o clipe, mas Maria estava com a cabeça muito longe dali, ela pensava no sonho da outra noite.
- O que está acontecendo, Maria? – perguntou Camila.
- O pesadelo está me incomodando, parecia muito real. – respondeu ela.
- Quer falar sobre ele? – perguntou Camila curiosa.
- Olha . ..
Quando ela ia começar a falar Edílson se aproximou.
- Olá, garotas! – disse ele com um sorriso.
- Olá! – disse Maria.
- Oi, Edílson. – respondeu Camila, meio áspera.
Por alguma razão Camila não ia com a cara do Edílson, mas ele fingia não notar, o que ele queria era conversar com Maria.
- O que você quer aqui, Edílson? – perguntou Camila ríspida.
- Vim ver como estava indo o clipe – respondeu ele com um sorriso.
- Vai bem!
- Camila! –gritou Fernanda – Veja isso.
Camila se levantou e foi ver o que estava acontecendo lá. Edílson viu a “brecha” e sentou-se ao lado de Maria. Maria se afastou um pouco estava meio desconfortável, ela sempre ficava assim meio tímida ao lado dele, sem como agir; não sabia o que era, mas não gostava do que sentia.
- E ae Maria, - começou ele – como você está?
- Ah, normal!
- Hum, sei não parece distante.
- É um pesadelo que tive à noite!
- Quer falar sobre ele?
- Sei não, não é algo normal que tenho, na verdade foi muito estranho.
- Pode partilhar – disse ele com um meio sorriso – sou um cara curioso e que sabe guardar segredo, principalmente de uma mulher tão linda como você!
Ela quase de desmancha ali naquele momento, ela era meio mole para homens e principalmente ele, ela não sabia como e nem porquê, mas ele mexia muito com ela.
- Olha, foi assim – ela começou – eu acordei em uma cabana, estava escuro, me levantei e dei de cara com o rosto da menina que eu vi ontem, mas ela estava decepada, a cabeça não estava junto do corpo. Ai não quero mais falar foi horrível e nojento.
- Tudo bem – disse ele colocando seu braço em torno do ombro dela – Não precisa mais fala sobre isso não
- Obrigada – respondeu ela em meio a um sorriso.
Seus rostos estavam próximos e seus olhares se cruzavam, ela sentia seu coração saltando de seu peito, ela o queria.
- Então – falou ele baixinho – você estaria a fim de sair comigo? Sabe conheço um bar que toca Rock’n roll, acho que você iria gostar. E ae topa?
Ela ia responder, mas viu algo atrás dele. A menina estava ali parada, ela tomou um susto.
- Você? – perguntou ela olhando incrédula.
- Olha, foi só uma pergunta, não queria que ficasse ofendida.
- O que você quer? – ela perguntou.
- Sair com você.
A menina abriu um sorriso e a chamou com o dedo indicador. Maria se levantou e foi até ela, a menina voltou a correr. Maria foi atrás.
- Espera! – gritou ela.
- MARIA? – gritou Edílson, indo atrás dela.
Mas ela já estava mais adiantada. A menina estava correndo para dentro da mata que tinha ali perto. Maria parou na frente exitando em saber se deveria continuar ou ficar ali, por via das dúvidas decidiu que iria continuar ela queria saber que menina era aquela, queria ajuda-la. E ficar parada ali não adiantaria em nada, então ela começou a correr atrás da menina novamente.
Andando pela mata, já não via mais a menina, até ela parar novamente. A menina estava a sua frente parada em baixo de uma árvore, ela abriu um largo sorriso e começou a andar novamente. Maria foi atrás a menina cantarolava e saltitava como uma criança feliz e cheia de vida, e talvez ela estivesse assim a um tempo atrás. Maria não sabia ao certo o porque mas tinha a impressão de que aquela menina não estava tão viva quanto ela achava estar.
A menina saltitou até parar no meio de umas quatro arvores, era um centro mais ou menos, as arvores estavam a sua volta e no meio nada só a menina parada. Maria e a garotinha se olhavam atentamente sem nem piscar.
- O que você quer? – perguntou Maria.
A menina como Maria esperava não respondia nada, ela apensa ficava ali parada, como se estivesse parada no tempo, não retrocedia e nem avançava, simplesmente ficava ali só esperando.
Maria começou a se aproximar, porém a menina é puxada para baixo, alguma coisa ou alguém, a puxa para baixo e pela primeira vez Maria a escuta gritar.
- NÃO! – grita Maria, tapando a boca com as mãos.
Ela sai de seu transe temporário e vai até o local onde a menina estava a poços minutos antes de ser puxada para baixo; ela começa a cavar com as próprias mãos o lugar onde a garota fora puxada. Suas mãos estavam começando a ficarem gastas além disso davam a impressão de que estavam começando a machucar, o sangue começava a querer sair.
- Maria, o que está acontecendo? – perguntou Camila atrás dela.
Mas ela não parecia escutar, estava preocupada em cavar, não sabia a causa mas ali tinha algo importante algo a ver com a garotinha. Ela tanto cavou que achou algo, um saco preto fechado, ela estava com medo muito medo do que poderia estar ali. E seja o que for cheirava muito mal, o cheiro era forte demais, o cheiro de morte no ar. Camila estava tão assustada quanto ela.
- O que é isso? – perguntou ela com receio da resposta.
- Só há um jeito de descobrir.
Maria começo a desamarrar o saco, pois não dava para puxa-lo a cima porque a terra não deixava. As duas estavam muito tensas, mal conseguiam respirar, o medo a angustia de que aquilo não fosse bom era torturante. Ela demorou mas conseguiu abrir o saco. Devagar ela foi abrindo direito, o cheiro parecia ter ficado ais forte e a angustia falava mais alto; devagar ela foi terminando de abrir o saco.
- Ah! – Maria gritou e se afastou rapidamente.
Camila, havia saído de perto e estava vomitando perto de uma arvore. O que as duas acabaram de encontrar fora um cadáver mutilado,  a primeira coisa que Maria havia visto era o rosto da menina a mesma menina que ela tinha encontrado na tarde de ontem, a mesma em seus sonhos e a mesma que havia sido sugada pelo chão. Ela acabará de encontrar a menina desaparecida!
Camila havia chamado a policia depois de ter vomitado metade do que havia comido. Maria estava abraçada com Fernanda e chorava rios e mais ris de lágrimas, afinal não era todo dia que se encontrava um cadáver, principalmente um naquele estado, alias uma criança naquele estado.
O policial foi falar com Maria, afinal havia sido ela que encontrará o corpo.
- Poderíamos conversar senhorita? – perguntou ele.
- Claro, o que senhor quer saber? – perguntou ela enxugando os olhos.
- Primeiro foi a senhora que achou o corpo, então eu queria saber como o encontrou?
- Olha, eu estava conversando com meu amigo, e de repente eu vi uma menina, eu não a conhecia e nem sabia quem era, achei que ela estivesse perdida mas depois ela começou a correr e não falava nada e eu fui atrás dela e vi ela sendo sugada pelo chão e quando dei por mim eu estava cavando tentando encontra-la e achei ela só que não esperava que fosse assim.
O policial olhava para ela com um olhar incrédulo do tipo que não acreditava no que havia acabado de escutar, ele estava prestes a fazer outra pergunta quando Edílson apareceu.
- Como você esta? – perguntou ele.
Mas ela só o abraçou e voltou a chorar, ela jamais havia passado por uma situação assim, estava sendo frustrante para ela.
- O senhor a conhece, estava come ela? – perguntou o policial meio desconfiado.
- Sim eu estava com ela quando ela começou a correr e a ver alguma coisa, só não sabia que era a tal garota.
- Entendo, ela está meio transtornada melhor esperar que ela melhore.
- Eu agradeceria, senhor!
Logo o policial saiu.
- Posso lhe tirar daqui? – perguntou ele com um sussurro em seu ouvido.
- Maria você está bem? – perguntou Camila ao se aproximar dos dois.
- Estou. – respondeu ela, enquanto se soltava do abraço de Edílson.
- Vem, vamos para casa, no momento não há nada mais para a gente fazer. Agora é só com a policia. – falou Camila.
- Você tem razão, preciso dormir. Mas e o clip?
Fora tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que por alguns segundos elas esqueceram do clipe.
- Bem no momento não podemos terminar de grava-lo, mas como temos tempo pra ficar aqui, podemos escolher outros lugares para as filmagens que faltam. Aqui é grande lugar é que não vai faltar.
-  Okay, vou só me despedir e encontro vocês no carro.
- Hum, só não demora. – disse Camila ao sair de perto.
- Acho que sua amiga não vai com a minha cara – comentou Edílson
- Nada, ela é legal, só está meio nervosa por conta do que aconteceu aqui. – disse Maria sem humor.
- Então você vai com elas, mas não vai sair comigo? – perguntou ele.
- Olha eu estou sem humor e assustada, preciso de um lugar que me deixe descansar, sair agora com você não seria uma boa idéia.
- Quer dizer que não seria bom sair comigo? – perguntou ele em tom áspero enquanto a agarrava pelo braço.
- Meu solta que está me machucando. – disse ela.
- Desculpa -  respondeu ele enquanto soltava seu braço – Perdi o controle.
- Tenho que ir.
- Desculpa – disse ele enquanto se aproximava para beija-la no rosto, mas ela se afastou dali.
Ele virou para frente vendo ela caminhar na direção das outras meninas. Levou um susto ao ver que seu amigo estava ali atrás dele esperando ele lhe dar atenção.
- O que você quer cara? – perguntou ele com rispidez.
- Encontraram a menina – disse seu amigo.
O menino tinha cabelo loiro, uma aparência física forte, era mais alto que Edílson pelo menos um palmo. Ele estava com uma preocupação por conta do aparecimento do corpo da menina e Edílson também não aparentava estar feliz com o aparecimento da menina. Mas o que tinha o corpo da menina de tão importante?
- É cara encontraram a menina. – disse Edílson.
Maria olhou para trás e viu ao longe um garoto ao lado de Edílson, ela não o reconhecia, mas ela não se importava tantos daquela cidade que ela não reconhecia ele era só mais um em meio a multidão, e a atitude de Edílson havia deixado ela encucada, por que ele agiria com ela daquela forma? Mas mesmo pensar nisso ela não queria ver a menina de seus sonhos ali decapitada havia deixado-a sem rumo, ela jamais virá algo do tipo e queria continuar não vendo, mas tinha um pequeno pressentimento de que não seria tão fácil assim. Ela entrou no carro e todas partiram para o hotel. O dia havia sido cheio.


Continua ...


Autor(a): Karolini

Frase do dia


E eu não escrevo para viver; eu vivo para escrever.


Autor(a): Karolini

Estado



A melancolia
Me atacou hoje.
Eu me sinto
Vazia.
Já nem me curar eu posso.
Até pensar na cura dói.
Porque cura
Para meu estado de espírito
Não existe.
E choro não por tristeza
Mas por raiva de querer chorar.

Autor(a): Karolini

Vivo



Perco-me
Tentando me encontrar;
Encontro-me
Tentando me perder.

Sou uma variação completa
De personalidades.
Uma variação
De pensamentos.

Fico perplexa só de pensar.
Penso por ver que estou viva.

E por viver
Vou me encontrar.
E por viver
Vou variar.

Autor(a): Karolini